terça-feira, 1 de maio de 2012

Lembrete #007 [ fé sem fingimento ]


Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura, porque, sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia.
Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu trasborde de alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou na tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.
(II Tim. 1.3-5)

No texto acima, Paulo escreve uma carta a Timóteo, a fim de animá-lo e dar-lhe recomendações sobre seu serviço e amor ao Senhor (por exemplo, em IITimóteo 1.6-7). Mas o que gostaria de compartilhar é sobre duas palavras que chamaram a atenção nesse trecho: fé sem fingimento.

O que seria, portanto, uma fé sem fingimento?



Se procurarmos a palavra “fingir” no dicionário, encontraremos definições como inventar, idear, simular e, ainda, aparentar uma virtude ou sentimento que não se têm. Mas como conseguimos simular nossa fé?

Pensando sobre isso, vieram à mente as palavras em que Jesus condenou fariseus, escribas e saduceus por causa da hipocrisia da fé deles.

Mat. 16.6: “E Jesus lhes disse: vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.”

Mat. 23.27-28: “27. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro estão cheios de rapina e intemperança! 28. Assim vós, exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e iniquidade”.

Os versículos 27 e 28 explicam um dos motivos de Jesus advertir seus discípulos quanto ao fermento dos fariseus e saduceus: eles aparentavam algo que não viviam. Se lermos todo o capítulo 23, veremos que eles praticavam suas obras com o fim de serem vistos pelos homens (Mat. 23.5), se julgavam superiores aos demais (v. 14), e por isso tudo o que faziam não tinha valor para o Senhor.

Ao olhar para a minha vida, muitas vezes já fiz ou falei algo que até seria considerado bom, mas, no fundo, tinha a intenção errada, a de ser “bem vista” por pessoas e não pelo Senhor. E mais do que isso, já desagradei ao Senhor, por várias vezes, por querer agradar as pessoas. Que tolice a minha, pois Deus não é homem para ser enganado. Ele sonda o mais íntimo do meu coração e sabe discernir os meus pensamentos.

“Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto de suas ações.” Jeremias 17. 10

Fé sem fingimento é se preocupar com o que Deus, e não os homens, pensa de nós. É temer desagradá-lo.

O fato é que eu e você (e principalmente Deus) sabemos que somos maus e jamais conseguiremos por nós mesmos controlar nossas intenções e reações. É por isso que o Senhor nos dá a solução: “a graça que nos foi dada em Cristo Jesus” (II Tim.1. 9). Outro fator da fé sem fingimento é exatamente confiar em nós mesmo e não no Senhor. Acharmos que somos capazes. Ou ainda, por acharmos que não conseguimos e não somos capazes, crer que não há solução. Em Cristo, sempre há solução. E é por isso que Ele é a esperança de Deus em nós (Col. 1.27).

Alguém, com uma fé sincera, também tem um coração humilde e confia em Jesus e não em si mesma.

Creio que a razão de Deus dizer ser Davi um homem segundo o coração dele é esta: Davi amava o Senhor ardentemente. Com sinceridade de coração. E não se julgava merecedor desse amor e ainda tinha um coração humilhado diante dele. Podemos ver isso, por exemplo, quando é confrontado por Natã, por causa de seu pecado de adultério (Salmo 51).

E, por fim, por causa da fé sem fingimento de Timóteo, o Espírito Santo lhe acrescentaria os meios para agradar a Deus: um espírito de poder, amor e moderação (II Tim. 1. 6-7). E também guardaria o bom depósito até o Dia do Senhor (II Tim. 1.12)

Que Jesus nos leve a ter essa fé, e a queremos agradá-lo com todo nosso coração.

Deus os abençoe.

Karina Aragão [ ABU Rio Preto - Núcleo Unesp ]

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